Olivoturismo: a nova fronteira do turismo sustentável e da gastronomia no Brasil e no Uruguai
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O olivoturismo, prática que integra experiências sensoriais, gastronomia e vivências rurais em olivais, vem se consolidando como uma das principais tendências do turismo entre 2025 e 2030. A atividade, que cresceu de forma expressiva no Brasil e no Uruguai nos últimos anos, revela um novo modo de vivenciar a cultura do azeite — não apenas como produto, mas como patrimônio, identidade e experiência territorial.
Foi com esse enfoque que Luciane Gomes, CEO da Revista Azeites & Olivais, Gestora de inovação pelo Inova FOC e Presidente da APATUR, apresentou as Tendências e Oportunidades – Olivoturismo no Seminário Nacional de Olivoturismo, o azeite ganha protagonismo ao ser compreendido como cultura, história e expressão sensorial. "O azeite é mais do que um alimento — é cultura, história e experiência", destaca Luciane Gomes, em uma das frases centrais da palestra. Essa visão sintetiza a essência do olivoturismo, que transforma o visitante em participante ativo, aproximando-o da paisagem, do produtor e dos sabores do território.
Tendências globais reforçam a expansão da atividade
Entre as tendências que impulsionam o crescimento do olivoturismo estão a busca por destinos menos conhecidos, o desejo por autenticidade, o retorno à natureza e o fortalecimento do turismo gastronômico. O público contemporâneo quer silêncio, paisagens reais, ritmo desacelerado e vivências com significado — exatamente o que os olivais do Rio Grande do Sul, da Mantiqueira e de outras regiões oferecem.
A convergência entre natureza, gastronomia e bem-estar também favorece o setor. De acordo com a palestra, a integração entre azeites, vinhos, charcutaria artesanal e produtos locais forma uma identidade territorial forte, alinhada a experiências de saúde, equilíbrio e estilo de vida.
Por que o olivoturismo se destaca como vetor de desenvolvimento regional?
De acordo com os dados e análises apresentados, poucos segmentos do turismo são capazes de unir de maneira tão completa:
Economia – gera renda, estimula pequenos produtores, cria novos serviços e amplia o valor agregado do azeite;
Cultura – preserva histórias, modos de vida e práticas tradicionais;
Natureza – promove vivências ao ar livre e contato com ambientes preservados;
Gastronomia – fortalece rotas culinárias e produtos premium;
Identidade territorial – transforma o território em marca;
Inovação – integra tecnologia, e novas experiências através da Plataforma Sitioo de acesso fácil e na palma da mão.
Combinados, esses elementos fazem do olivoturismo uma estratégia de impacto capaz de transformar regiões produtoras em destinos sustentáveis, diferenciados e competitivos no mercado global.
Gastronomia, sensorialidade e identidade: o sabor como narrativa
A degustação guiada é um dos pilares da atividade. Ela apresenta ao visitante os atributos do azeite, conecta o produto ao território e valoriza a identidade local. A palestra destaca que experiências sensoriais relacionadas ao Pampa tornam o turismo mais memorável, criando vínculo emocional entre visitante, paisagem e produtor.
Eventos gastronômicos também potencializam o setor — como a Olifeira, feiras do azeite e festivais enogastronômicos — ampliando a visibilidade e consolidando a cultura olivícola.
Outro ponto crucial é a criação de narrativas autênticas, que tornam cada propriedade única. A experiência deixa de ser apenas turística e passa a ser cultural, afetiva e educativa.
Famílias, bem-estar e experiências inclusivas
O olivoturismo tem apelo multigeracional. Crianças aprendem sobre natureza e produção, enquanto adultos vivenciam paisagens, degustações e momentos de contemplação.
As propriedades tornam-se espaços de convivência, aprendizado e reconexão, fortalecendo um turismo seguro, acolhedor e regenerativo.
Tecnologia e inovação ampliam o alcance do setor
A integração com plataformas digitais, como as experiências autenticas concentradas em uma plataforma, apresentada pelo Inova FOC, mostra que a inovação é um componente essencial do crescimento do olivoturismo. Aplicativos e marketplaces especializados permitem ao turista descobrir novas rotas, reservar experiências e se conectar com produtores de forma mais simples e eficiente.
A digitalização também favorece o marketing territorial, especialmente porque o olivoturismo é altamente "instagramável": paisagens de olivais, degustações elegantes e arquitetura rural geram divulgação espontânea.
Expedições e referências nacionais fortalecem o mercado
A palestra apresentou ainda uma expedição realizada em 2023, pela família Azeites & Olivais, por diversos estados brasileiros e pelo Uruguai, percorrendo mais de 12 mil quilômetros para mapear experiências, produtores e rotas, e também disseminar os produtos dos apoiadores do projeto. O levantamento evidencia tanto o potencial já existente quanto a demanda crescente por turismo rural de qualidade, vinculado a azeites e gastronomia.
A presença de propriedades referências como Olivas do Sul, Olivas de Gramado, que para os amantes da cultura é a Olivolândia do azeite, Azeite Sabiá, Terras Altas, Viridi, Ouro de Santana, Azeite Monasto, Vila do Segredo, Azeites Don José, e entre outras.
Um futuro promissor para o Pampa e para o Brasil
O olivoturismo apresenta-se como uma das mais promissoras oportunidades de desenvolvimento sustentável para os próximos anos. No bioma Pampa — que reúne clima, solos, identidade cultural e tradição rural — a atividade ganha contorno estratégico, integrando conservação ambiental, inovação, agroindústria, gastronomia e turismo.
Ao transformar o azeite em experiência, o olivoturismo não só gera renda e fortalece produtores, mas também promove o patrimônio cultural e natural, amplia a visibilidade do território e cria novas possibilidades para as regiões que apostam na diversificação econômica.
Mais do que uma tendência, o olivoturismo consolida-se como uma nova forma de viver, sentir e compreender o território — onde cada azeite conta uma história, cada paisagem guarda uma memória e cada visita se torna uma descoberta.
