A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) promove, entre os dias 15 e 17 de junho, o Azeitech. Em sua primeira edição, o evento será totalmente online e vai agregar as atividades do 16º. Dia de Campo de Olivicultura e da 6ª. Mostra Tecnológica de Maquinários e Insumos, a discussões com a participação de especialistas do Brasil e do exterior.
Produtora Carla Borriello – Azeite extravirgem Borriello
A programação terá um quadro especial para discutir as “Mulheres na Olivicultura”. No dia 16 de junho, a partir das 17h, a vice presidente de Comunicação e Tecnologia da Women In Olive Oil (WIOO), Carola Dümmer, e a representante da WIOO Brasil, Glenda Hass, apresentarão o tema “Cenário Internacional da Olivicultura”. Na sequência haverá uma mesa redonda com a participação da produtora Carla Borriello (Azeites Borriello), da sommelière em azeite de oliva e diretora da revista Azeites & Olivais, Luciane Gomes, e da presidente da Câmara Setorial de Olivicultura de São Paulo e organizadora da Expoazeite, Patrícia Galasini. A medição será de Carolina Ruiz Zambon, doutora em Botânica Aplicada pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), com atuação em aspectos botânicos da polinização na cultura da oliveira.
Os outros dias do evento também terão a participação de mulheres que ocupam posições relevantes na cadeia produtiva e no mercado de azeites. Logo na abertura, em 15 de junho, a pesquisadora do Instituto de Investigácion y Formación Agraria y Pesquera da Espanha (Ifapa), Brígida Jiménez Herrera, ministrará a palestra “Olivicultura Agroecológica e de Montanha. Brígida é reconhecida por sua atuação como divulgadora da qualidade do azeite de oliva e pela participação como jurada em concursos internacionais.
No dia 17 de junho, o painel “Azeites Verdes e Maduros”, contará com a participação da comunicóloga e sommelière de azeites Ana Beloto, que é responsável por blends de azeites nacionais e internacionais lançados no Brasil. “Parâmetros sensoriais” será o tema da palestra apresentada pela especialista em análise sensorial de azeite de oliva extravirgem e professora da Faculdade de Química da Universidad de la República no Uruguai, Ana Claudia Ellis, também no dia de 17.
A programação completa e os canais para inscrição de participantes estarão disponíveis a partir do dia 1º. de junho no site www.azeitech.com.br. Já os interessados em expor podem fazer contato pelo telefone (32) 99800-1705 (também whatsapp) ou pelo e-mail antonionunes@epamig.br, para a negociação de estandes virtuais nas categorias Ouro, Prata ou Bronze.
Empreendedorismo e inovação
A participação de mulheres em diversos setores da cadeia produtiva da olivicultura tem crescido em todo o mundo. No Brasil, onde a atividade ainda é recente, é comum encontrar empreendedoras investindo no cultivo de oliveiras e na produção de azeites diferenciados. Esse é o caso da advogada de São Paulo, Rosana Chiavassa, que há dois anos adquiriu uma propriedade em Maria da Fé. “Os olivais já constituídos eram a única coisa que tinha lá. Minha experiência com fazenda era já ter visitado algumas. Tive que aprender sobre infraestrutura da propriedade desde o básico e me cerquei de bons profissionais, os agrônomos Luiz Eugênio Santana Matos e Carina Diehl, o engenheiro Valdo Dantas de Oliveira, e na equipe de campo Fernando, Ronan, Ramon, Antônio e Sandro, aos quais agradeço imensamente”.
Olival da Fazenda Santa Helena em Maria da Fé (Azeite Monasto) – Acervo Rosana Chiavassa
A concepção de uma marca para o azeite também fez parte dos estudos de Rosana. “Contratei uma agência para desenvolver, mas já tinha um conceito definido. Percebi que a maioria das marcas de azeites nacionais tinham nomes femininos e quis fugir disso. Queria algo forte, místico e que tivesse uma forte identificação com a religiosidade, que é um traço marcante na cidade de Maria da Fé. Daí surgiu o nome ‘Monasto’, que deriva de monastério”.
No olival, Rosana instalou caixas de som que reproduzem música clássica para as plantas. “Eu ouço música o tempo todo e acredito na sensibilidade das plantas. Respeito a opinião dos técnicos, mas fomos a única propriedade da Mantiqueira que teve uma mini safra colhida em novembro de 2020”, conta a produtora, lembrando que depois da primeira safra colhida em março de 2020, algumas oliveiras da propriedade voltaram a produzir no fim do último ano.
O azeite dessa safra precoce, de elevada qualidade, conquistou Medalha de Ouro na categoria Delicate Blend durante o World Olive Oil Competition, realizado nesta semana em Nova York. “Mais uma curiosidade, fomos o primeiro azeite nacional a conquistar Ouro nessa categoria”, informa Rosana.
Para o futuro, a produtora projeta testar novas cultivares de oliveira, “na busca por um azeite mais intenso”; criar um canal de e-commerce para os produtos, “hoje tenho um representante em Minas, que faz a venda também em outros estados e faço os atendimentos em São Paulo”; montar o próprio lagar “é o caminho para manter a qualidade, já que o processo de transporte da azeitona é bastante complexo” e investir no agroturismo. Rosana aposta no sabor e no frescor como diferenciais para a consolidação dos azeites nacionais. “Acredito que o nosso azeite, que os azeites da Mantiqueira vieram para encantar. Entendo que essa é nossa posição no mercado”, finaliza.