Foto: Fazenda Verde Oliva
Uma produção de azeitonas no estado de Minas Gerais atrai a atenção de olivicultores de todo o país. Isso porque a produção de azeite de oliva extravirgem biodinâmico é resultado de um cultivo sem agrotóxicos, levando em conta puramente aspectos químicos geológicos e astronômicos. Os produtores Luiz e Edna Yamaguti explicam que a ideia vem da década de 1920 pelo filósofo austríaco Rudolph Steiner. O cultivo é baseado nas fases da lua. Há 10 anos, quando o casal comprou a primeira propriedade, em Maria da Fé. Hoje são 3,5 mil pés produtivos, em um clima ideal para a cultura – já que as oliveiras precisam de sol, de um solo bem drenado e, no mínimo, 300 horas de frio abaixo de 7 graus por ano. Na fazenda, elas estão a 1,5 mil metros de altitude, plantadas em um espaçamento de 7 por 7 metros, para ficarem bem arejadas. Para produzir um azeite excelente, são cultivadas na fazenda 3 variedades de oliveiras: a koroneiki, de origem grega; a grappolo, italiana; e a arbequina, da Espanha. As árvores da propriedade estão com seis anos e, há um ano começaram a produzir. Algumas chegam a dar 70 quilos de frutos, mas a média é de 10 quilos por planta. Entre as técnicas e detalhes para buscar energia da agricultura biodinâmica estão situações curiosas. Por exemplo, dois compostos usados na plantação são preparados dentro de chifres de vaca – um a base de pedra triturada; e outro com material orgânico fresco de animais. Eles ficam na terra do outono até a primavera, período do ano em que as forças estão na terra e são captadas pelo material, segundo os agricultores. O resultado é uma mudança na qualidade do solo – que atrai minhocas e deixa a terra mais fofa. Para ajudar ainda mais o solo, Luiz lança mão do consórcio com outras plantas, como o feijão. A lavanda também não está na propriedade só pela beleza. Ela atrai insetos benéficos e espanta outros indesejáveis para o cultivo das oliveiras. A azeitona recém-colhida deve ser processada no mesmo dia. E isso tem que ser feito em um local onde só entram produtos orgânicos. Caso contrário, o azeite vai perder a certificação de orgânico e biodinâmico e passar a ser considerado um azeite qualquer.É a única fábrica que processa azeitona orgânica e biodinâmica da América Latina, segundo Luiz. A estrutura tem capacidade para processar 300 quilos de azeitona por hora, mas hoje ainda usa apenas 10% da capacidade. Os resíduos do processo de produção são armazenados. Os sólidos entram na produção de composto e os líquidos viram biofertilizante. Depois de extraído, o azeite fica decantando por 30 a 40 dias, é filtrado, analisado e classificado. O azeite biodinâmico é vendido para pequenos empórios, lojas de orgânicos e mercados que atendem a classe mais elitizada. Outro ponto de venda é a loja que fica na entrada da propriedade. Este é o segundo ano da produção de azeite biodinâmico. A primeira safra foi produzida em fevereiro do ano passado.
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