Por Glenda Haas – Azeite Lagar H
Em 2020, quando muitos de nós já haviam finalizado a colheita, tivemos a notícia da pandemia do Covid-19. Naquela altura, mesmo assustados, não imaginávamos que teríamos que lidar com isso na colheita deste ano.
Na colheita, além dos funcionários fixos e, muitas vezes a própria família produtora, são contratados safristas, profissionais específicos para esta atividade. Com o aumento do número de pessoas nos campos cresce, consequentemente, o risco de transmissão.
Como o azeite extravirgem deve ser extraído de azeitonas colhidas no seu ponto ideal de maturação, teremos que nos preparar para a colheita da safra 2021, com cuidados extras relacionados aos protocolos de saúde.
Para fazer uma colheita com mínimo risco de infecção pelo coronavirus, entramos em contato com a ProVida, que nos explicou como funcionam os protocolos para colheitas e os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) necessários para a segurança, que vão além dos EPIs habituais e obrigatórios que estamos acostumados.
A primeira medida que deve ser adotada é a designação de um colaborador para controlar a triagem. Esta pessoa deve perguntar aos trabalhadores se eles estão com algum sintoma ou se tiveram contato com alguma pessoa com suspeita ou confirmada com covid-19. Além disso, deve identificar possíveis sintomas e medir a temperatura de todos os profissionais que irão trabalhar, todos os dias, antes do início das atividades.
Esta pessoa também deve fazer uma palestra inaugural para toda a equipe para garantir que todos iniciem o trabalho tomando os devidos cuidados como:
utilização de máscaras
distanciamento mínimo de 1,5 metro entre trabalhadores
higienizar as mãos frequentemente com álcool em gel e/ou lavar as mãos com água e sabão
não tocar o rosto com as mãos
evitar aglomerações e lugares fechados
Cada trabalhador deve ter sua própria garrafa térmica com água, manusear sempre o mesmo equipamento de colheita e higienizá-lo antes e ao final do dia de trabalho.
O produtor deve fornecer álcool gel e/ou pias e sabonetes assim como as máscaras. Com o calor no RS nesta época, o ideal é utilizar máscaras cirúrgicas, mais leves, mas que devem ser trocadas a cada 2 horas e/ou o face shield, que permite a circulação de ar e proteção desde que respeitado o distanciamento.
Outro cuidado que os produtores devem estar atentos é providenciar um lugar para alimentação adequado, ao ar livre, ou com circulação de ar, com mesas e cadeiras com distância mínima de 1,5 metro.
O transporte é outro ponto importante. O veículo deve ser higienizado com água e sabão ou álcool e álcool em gel deve estar disponível também no veículo. Ainda, deve-se manter o distanciamento dentro do veículo e manter as janelas abertas, sempre que possível.
Todo produtor deve estar atento ao campo, não só aos frutos, mas também aos trabalhadores, lembrando-os sempre que necessário dos cuidados para evitar a propagação da doença.
Os trabalhadores da colheita fazem parte de uma das fases mais importantes no ciclo do azeite. São eles que colhem as azeitonas, debaixo de sol forte e devem garantir a qualidade das mesmas até a extração, sendo ágeis e cuidadosos com as frutas e devem ser tratados com cuidado e respeito.
Mais que um dever legal, é um dever cívico e moral zelar pela saúde destes trabalhadores, evitando a disseminação dessa doença e sobrecarga do sistema público de saúde da sua cidade.
Acreditamos que isso tudo vai passar, mas até lá, estaremos atentos a todos os protocolos e zelando pela segurança de nossa equipe.
Para mais informações, acesse os órgãos oficiais do do Governo Federal (https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca), Estadual (https://coronavirus.rs.gov.br/inicial) e Municipal da sua cidade.